Na versão inglesa da história da raça, a presença dos monges de St Hubert é citada como tendo desenvolvido seus cães a partir de cães ingleses mas preservado suas qualidades originais e, a partir do século XVII os ingleses, que teriam acasalados indiscriminadamente seus cães durante muito tempo, encontraram nos cães franceses a possibilidade de recuperar a origem da raça. A disputa sobre a origem da raça existe até os dias atuais, uma vez que, quando a FCI - Entidade Internacional que regula a criação de cães de raça pura reconheceu o Bloodhound, o fez atribuindo a origem da raça à Bélgica e o nome oficial da raça é Chien de St-Hubert.
Independente do seu país de origem, o fato é que o Bloodhound foi desenvolvido primariamente para ser um um cão rastreador, e era utilizado pelos caçadores na caça de grandes animais de pelo, como cervos. Os monges, aproveitando seu excepcional faro, deram início à sua utilização como cão de rastreamento para a procura de peregrinos que se perdiam nos bosques. Graças à essa qualidade, os Bloodhounds, que perderam espaço com os caçadores por sua lentidão, ganharam uma nova função junto às polícias e corpo de bombeiros de diversos países, incluindo França, Bélgica, Inglaterra e Estados Unidos. A tenacidade com que o Bloodhound é capaz de seguir um rastro rendeu-lhe a fama de ter o melhor faro do mundo, qualidade comprovada por inúmeras histórias em que cães da raça foram capazes de seguir um determinado rastro por mais de 10 dias. Para manter a tradição do excelente faro, é muito comum a realização de provas de faro por diversos clubes especializados da raça.
O Bloodhound foi, ainda, utilizado na formação de inúmeras raças caninas, onde, na maior parte das vezes, contribuía com o aguçamento do faro, como o Braco Alemão, além, naturalmente, de ter sido fundamental no desenvolvimento de outros cães farejadores, como o Beagle, o Basset Hound, o Fox Hound Inglês e Americano.
Dono de uma aparência singular, o Bloodhound conquistou destaque ainda por ter sido o inspirador do personagem Pluto, de Walt Disney. No Brasil, talvez por seu tamanho, a criação de Bloodhound é bem restrita.
O Bloodhound é um cão de personalidade pacata, de grande porte e profundamente ligado à presença de seus donos. Por seu porte grande, são cães que têm um grau de atividade relativamente baixo, mas não dispensam a possibilidade de exercitarem-se, precisando, para isso, de um bom espaço ao ar livre, sendo contra-indicado para aqueles que moram em casas pequenas ou apartamentos.
Normalmente são muito dóceis e afáveis mesmo com estranhos. Por isso, apesar do tamanho avantajado, no máximo poderão ser cães de alarme, não sendo indicados para exercer a função de guarda.
Com as crianças, os Bloodhounds são especialmente pacientes, mas seu tamanho grande e seu jeitão ligeiramente estabanado não o indica para conviver com crianças muito pequenas ou na ausência de supervisão de um adulto, uma vez que podem facilmente derrubá-las durante uma brincadeira. Os bloodhounds convivem bem com outros cães e até mesmo com gatos desde que este convívio seja bastante precoce.
Não é a raça ideal para quem tenha que deixá-lo sozinho por longos períodos de tempo, uma vez que sua função primordial de rastreador faz com que esteja sempre procurando algo para fazer e, caso não encontrem nada ‘útil’, certamente poderão inventar brincadeiras que nem sempre serão aprovadas pelos donos.
O Bloodhound tem pelagem curta e o pelo pode apresentar várias cores: preto com manchas em tom de canela (tan), avermelhado com manchas em tom de canela, amarronzado com manchas em tom de canela, inteiramente avermelhado. Em todas as cores, aceita-se uma pequena mancha branca no peito e nas patas e as marcações são sempre aquelas características à todos os cães farejadores.
Fonte:
http://www.dogtimes.com.br/bloodhound2.htm