quarta-feira, 8 de junho de 2016

Domesticação dos cachorros ocorreu 2 vezes em partes distintas da Eurásia


A domesticação de lobos selvagens, que resultou nas atuais múltiplas raças de cachorros, ocorreu duas vezes há milhares de anos em duas partes opostas da Eurásia - uma delas na Europa e a outra no extremo leste da Ásia -, de acordo com um estudo divulgado pela revista "Science". Até agora, existiam duas teorias na comunidade científica: uma que apontava a origem da domesticação na Europa e outra na China. Por isso, o novo estudo de um grupo internacional liderado pela Universidade de Oxford, no Reino Unido, reúne ambas as teses. Com recursos do Conselho Europeu de Pesquisa e do Conselho de Pesquisa do Entorno Natural, os cientistas compararam as informações genéticas dos cachorros atuais e ossos de cães que viveram em várias partes do mundo há milhares de anos e chegaram à conclusão que o processo de domesticação ocorreu duas vezes. "Devemos reconsiderar o número de vezes que os cachorros foram domesticados independentemente. Talvez a razão pela qual ainda não há consenso sobre onde os cães foram domesticados é porque todo mundo tinha um pouco de razão", disse Greger Larsson, o professor da Universidade de Oxford. Os pesquisadores reconstruíram o genoma de um cachorro de tamanho médio de 4.800 anos atrás a partir de ossos encontrados na Irlanda, assim como o DNA de outros 59 cães que viveram há 3.000 e 14.000 anos, e compararam com as estruturas genéticas de 2.500 cães modernos. Os resultados mostraram uma separação genética entre as populações de cachorros que vivem na Europa e no extremo leste da Ásia, assim como a aparição de cães em ambos os locais há mais de 12.000 anos. No entanto, não encontraram evidências da presença de cachorros na Ásia Central anteriores há 8.000 anos, o que descartaria a hipótese de a domesticação ter ocorrido em só um dos dois lugares e depois ter migrado para o outro. Foi observado, no entanto, que os cachorros com origem na China migraram com os humanos e se dispersaram até chegar à Europa, onde se misturaram com os autóctones e os substituíram.

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